segunda-feira, novembro 04, 2013

A família e a propaganda no Brasil

Li duas opiniões no Meio & Mensagem de 28/10 que serviram para me confirmar que a propaganda no Brasil anda mal e pelo visto vai piorar. Digo isso no contexto de planejamento de comunicação somado a "achismos" de pessoas que são vistas como intelectuais.

O título da matéria é: “A família (im) perfeita” e discorria sobre a separação de casais-celebridade protagonistas de campanhas.

Seguem os trechos que me chamaram a atenção:

“O imperfeito e verdadeiro estão cada vez mais sedutores no mundo da comunicação. Se utilizarmos a família perfeita corremos o risco de a campanha ser encarada como falsa ou clichê”. Washington Olivetto, WMcCann.

“A separação de casais é comum, algo que acontece todos os dias. E a classe C, que é a que mais cresce quando falamos sobre consumo, é formada por pessoas que não tem esse preconceito, são pessoas que não se preocupam com o status social, mas com o próprio bem-estar.” Hugo Rodrigues, Publicis Brasil.

Para mim, que sou um mero micro-empresário do interior de São Paulo, um faz-tudo que sonha em criar algo que faça a diferença na vida de pessoas (equipes, clientes e consumidores), estas pessoas não tem ideia do impacto que tais declarações podem causar na sociedade, pois, se “acham” que as pessoas são assim, se “acham” que pesquisas com um grupo controlado e minúsculo de pessoas pode dar base real para um planejamento, se “acham” que manipular pessoas e clientes com foco não na vida, não no bem-estar real, não em oferecer um bom produto de uma boa empresa e sim no faturamento de mídia, no BV, no bônus, na comissão, realmente a propaganda no Brasil está falida. Não de dinheiro, mas de valores.

Em outro trecho havia mais uma opinião: “…a família perfeita não existe, e mesmo assim ainda é referência na propaganda. E vai continuar sendo”. Augusto Cruz Neto, Mood.

Concordo com o Augusto, é REFERÊNCIA. Sabe por que? Porque todos, TODOS sonham em constituir família, ter filhos, ter segurança. Não de uma vida medíocre, egoísta, centrada no EU, mas segurança de valores.
Todos no fim do dia, da semana, no escuro do quarto, gostariam de um pouco mais de sossego, de olhar um filho dormir ao seu lado e de simplesmente ouvir sua respiração, de dar risada do tamanho de um fralda cheia que mais parece um rabinho abanando, de corrigir um filho mostrando a direção certa, mesmo que isso doa, e em meio a tanta bagunça, ter alguns minutos com seu marido/esposa, segundos para olhar um para o outro, de saber que mesmo em meio a tanta imperfeição, há paz, amor, cumplicidade e compromisso.

Essa é minha opinião. Os cenários que descrevi acima fazem parte da minha história e trabalho todos os dias para continuar a ser assim. E você?

Nenhum comentário: